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Ar Fresco

segunda-feira, novembro 07, 2005

Ágora (VI) - manifesto alegriano

Da apresentação de candidatura de Manuel Alegre ressaltam ideias de esquerda, num tom modernista. Critica-se a situação actual, mas também a necessidade de um pacto social que sustente os sacrifíos para se chegar à bonança

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A apresentação de Manuel Alegre mostrou um candidato que sabe as suas origens (esquerda), que confirma as suas convicções (republicano) e que sabe o que quer do futuro. Apesar das críticas implícitas ao Governo, à crise identitária e de valores, Manuel Alegre também propôs pactos com todos os intervenientes da sociedade.

De todo o seu discurso, gostaria de destacar os seguintes pontos:

Qualificação e cultura de inovação
"Não adianta diabolizar a globalização. Ela é inelutável, precisa de ser regulada, mas traz consigo novas oportunidades, que devemos saber aproveitar, como fizeram os países escandinavos. (...) Para tornar Portugal mais competitivo é preciso mudar o que faz mudar. E o que faz mudar é a qualificação das pessoas, a educação, a formação profissional, a cultura, a comunicação, a produção e divulgação científica, a inovação tecnológica."

Modernização da educação
"Uma cultura de inovação implica a democratização e a modernização do sistema educativo. Para tal é necessário revalorizar a escola pública, sem prejuízo da liberdade de criação de escolas particulares e cooperativas e do apoio ao seu desenvolvimento. Quero deixar clara a minha posição: não há modernização do sistema de ensino sem escola pública de qualidade. Não há democratização da educação sem ensino básico e secundário de qualidade. E não há melhoria do sistema educativo sem a participação, o empenhamento e a valorização social e profissional dos educadores e professores."


Por fim, o que realmente se destacou mais das restantes candidaturas foi, em relação a Soares, um discurso menos comprometido com o Governo (apesar de M. Alegre ainda pertencer à comissão política do PS e de ter estado presente e geralmente de acordo com os Governos de Guterres e Sócrates); em relação a Cavaco, apresentou um discurso mais realista, mais presidencial, não tão colado a um discurso de primeiro-ministro como Cavaco o fez.